29. Sol, Lua, Estrela
Os hinos “Sol, Lua, Estrela” e o “Devo amar aquela Luz” são designados como “hinos de abertura dos trabalhos”,[112] e começam os trabalhos de hinário d’O Cruzeiro Universal e de todos os hinários (bailados) que são concluídos com a execução dos “Hinos Novos” (Cruzeirinho do Mestre). Nos trabalhos de feitio, “o ritual de bateção começa com a ingestão de Daime e com os hinos de ‘abertura dos trabalhos’, continuando com hinos dos demais hinários da irmandade”.[113] Para Fróes, “Sol, Lua, Estrela” exalta “os elementos da natureza como seres divinos” e completa dizendo que essa “é uma característica também presente nos rituais indígenas, onde os astros são entidades que governam os destinos dos homens”,[114] sugerindo assim a influência ameríndia na doutrina de Juramidam. Porém, citando o livro de Apocalipse, Teixeira de Freitas afirma que a trilogia "sol–lua–estrela" antes de se referir a fenômenos naturais, simboliza a totalidade da iluminação cósmica,[115] porquanto “o quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, e a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas”.[116] O Sol, em primeiro lugar, é ele quem representa (Deus) no firmamento, é ele quem nos dá a luz do dia e quem nos dá a luz e o calor, quem nos supre de energia. É o Deus masculino, nós sem essa luz não somos nada, o Sol é o Rei do dia. A lua representa o Deus feminino, ela é a Rainha da Noite, ela nos clareia, nos supre de energia e nos fornece o frio pra completar a temperatura do corpo. É ela quem cuida de toda natalidade , é ela quem nos dá boa parte da nossa energia. O Sol clareia a terra nos fornecendo alimento, a Lua amplia a máquina humana para equilibrar o alimento para fornecer energia para o corpo. A Estrela completa uma das três pessoas da Santíssima Trindade que representa no firmamento.[117] “Chamastes céu ao firmamento”, diz Santo Agostinho,[118] e a luz do firmamento é Jesus, pois Ele mesmo afirmou: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida".[119] E é certo que é Deus que está no Céu, pois que “os céus são os céus do Senhor, mas a terra deu-a ele aos filhos do homem”.[120] E o céu do céu é a morada do Senhor, porque anterior a este que criastes no terceiro dia,[121] “tínheis criado outro céu”.[122] Por isso, irmãos, regozijem ao cantar este hino, pois que ele celebra o Divino que está no céu, Jesus filho de Maria.
Notas: [112] CEMIN, Arneide. OS RITUAIS DO SANTO DAIME: “sistemas de montagens simbólicas”.
[113] CEMIN, ibidem. É assim nos feitios do CECLU de Porto Velho - RO e também deve ser em outros centros pelo Brasil afora.
[114] FRÓES, Vera. Santo Daime. Cultura amazônica. História do povo Juramidã. Manaus: SUFRAMA, 1986, p.101-102.
[115] Disponível em <http://www.juramidam.jor.br/10_sol-princesa.html> Acesso em 12 março 2005;
[116] Apocalipse 8:12.
[117] Mestre Vírgilio, entrevista a Arneide Bandeira Cemin, em Porto Velho. Disponível em http://www.geocities.com/estreladesalomao/sol-lua-estrela.html Acesso em 26 jul. 2006.
[118] Confissões, p.347.
[119] João 8: 12.
[120] Salmo 115:16
[121] Gênesis 1:8.
[122] Confissões, p.347
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